Trump retira EUA do Acordo de Paris
Convenhamos, Trump não deixou uma boa impressão em nenhum momento, nem antes de sua ascensão ao poder dos EUA, muito menos depois.
Uma coisa é ir contra ideais populares de pequenas massas, mas ele tem ido muito além, como agora, em sua decisão de retirar os Estados Unidos do acordo de Paris.
O acordo de Paris foi adotado na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima) com objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança climática e reforçar a capacidade dos países de lidar com os impactos decorrentes dessas mudança. O acordo de Paris foi aprovado por 195 países, países esses que decidiram reduzir a emissão de gases de efeito estufa no contexto de desenvolvimento sustentável.
Em discurso, Trump diz que esse acordo não passa de uma grande redistribuição dos bens dos EUA para os outros países, diz também que a geração de energia sustentável não é o bastante para o uso doméstico americano, e para um desenvolvimento futuro precisam de todas as formas de energia americana disponível. Menciona também que como a quantidade de energia não acaba sendo bem distribuída, pode acabar afetando a qualidade de vida americana e também oferecendo riscos a vários empregos. Ele brinca que a porcentagem de redução do aquecimento global com o acordo de Paris é pequena, mesmo com todos os países do acordo participando de maneira integral. E assim anuncia que está retirando os Estados Unidos do acordo de Paris, em função da sua obrigação solene em proteger a América e seus cidadãos.
Esse anúncio foi um grande desapontamento para cerca de 71% dos americanos que apoiam o acordo de Paris (isso porque em pesquisas anteriores 46% dos eleitores de Trump eram favoráveis a retirada e 22% não tinham opinião sobre o assunto), e nessa contagem temos mais de 1000 empresas americanas, 800 universidades, 400 grandes cidades americanas e 37 estados.
Elon Musk fazia parte do Fórum de Estratégias e Política, como consultor de grandes líderes do mercado e de partidários políticos. Ele assumiu essse posto quando Trumpo assumiu o poder, o que gerou uma grande confusão. O maior investidor em tecnologias sustentáveis e maior mente inovadora do mundo comercial atual está fazendo parte de um regime governamental ecologicamente abusivo e de ideais surreais aos tempo modernos. Se levarmos em conta o que Musk divulga na Tesla e na SpaceX, temos um paradoxo. E grande parte dos seguidores de Musk não gostaram muito desse paradoxo.
Mas foi então que com os boatos da retirada dos EUA do acordo de Paris indo a solta, Musk pró-ativamente disse que se isso acontecesse sairia de seu posto como consultor, disse também que seu objetivo como consultor na Casa Branca era tentar colocar um pouco de senso naqueles ideais utilizando sua influência.
Infelizmente não deu muito certo, foi divulgado abertamente que os boatos eram reais, tão reais quanto a saída de Elon Musk do cargo de consultor.
E não ficamos por ai, CEOs da Google, Facebook e Microsoft tentaram intervir e influenciar na decisão do presidente com uma carta divulgada pelo New York Times e o jornal de Wall Street.
Nela vem escrito ao presidente Trump, que como algumas das maiores empresas com sede e operações nos Estados Unidos, eles insistentemente pedem que mantenha os Estados Unidos no acordo de Paris sobre a mudança climática. Eles citam na carta também 3 grandes benefícios do acordo.
Fortalecimento da Competitividade: como o acordo exige participação de países desenvolvidos e em desenvolvimento, ela garante um balanceamento em escala global, permitindo que qualquer país se mostre capaz;
Criação de Trabalhos e Crescimento do Mercado: expandindo os mercados com tecnologias limpas inovadoras, o acordo gera empregos e crescimento econômico. As companhias americanas compõe grande parte das empresas com influência global, sendo uma das principais líderes no desenvolvimento dessas tecnologias. Retirando os EUA do acordo pode tanto limitar a convivência com empresas de outros países, quanto até mesmo gerar medidas retaliativas;
Redução dos Riscos de Mercado: com o acordo fortalecendo a ação global, reduziríamos o impacto no mundo, melhorando na sustentabilidade do mesmo.
Eles se posicionam como empresas preocupadas com o bem estar dos consumidores, investidores e trabalhadores de suas marcas, e que apoiam e investem veementemente em tecnologias limpas, mas para isso funcionar precisam do apoio do governo.
As empresas que assinaram a carta são: Adobe - Apple - Blue Cross Blue Shild of Massachusetts - Danfoss - Dignity Health - Facebook - Gap, Inc. - Google - The Hartford - Hewlett Packard Enterprise - Ingersoll Rand - Intel Corporation - Johnson Controls - Levi Strauss & Co. - Mars Incorporated - Microsoft - Morgan Stanley - National Grid - PG&E Corporation - Royal DSM - Salesforce - Schneider Elevtric - Tiffany & Co. - Unilever - VF Corporation.
Para mais detalhes acesse www.c2es.org